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domingo, 30 de setembro de 2012

Tiro de Laço



Tiro de laço é uma forma de competição acavalo característica do Rio Grande do Sul. Nesta prova, o ginete tem o espaço de 100 metros para laçar um novilho que tenta fugir.
São importantes para o bom desempenho a qualidade da montaria bem como a habilidade do laçador.

ORIGEM:
Foi no município de Esmeralda na década de 1950, que foi realizado o primeiro torneio de laço, em forma de competição e que deu origem aos atuais rodeios onde atualmente se realizam as provas de tiro de laço. É hoje uma das mais tradicionais provas campeiras. Com a saída dos agropecuaristas gaúchos para o restante do Brasil, em buscas de novas terras para plantar e criar gado, o esporte foi disseminado e hoje é conhecido nacionalmente como Laço Comprido, que tem basicamente o mesmo regulamento do Rio Grande do Sul.

REGRAS:
A prova é realizada em uma cancha. A cancha é a pista onde correm os laçadores e bovinos. A cancha contém um ponto demarcado chamado raia, um brete de solta, por onde entram os bois na cancha, com espaços para o laçador destro e canhoto e um brete de chegada, por onde o bovino sai da cancha, nela é retirada o laço da cabeça dos animais - é chamada de saca-laço. O laçador deve arremeçar seu laço antes de seu cavalo ultrapaçar a marca de 100 metros. Da marca da raia até o brete do saca-laço, uma área de aproximadamente 30metros, é onde o laçador tem que fechar a laçada (cerrar) em torno das aspas (guampas) e deve acontecer antes que o boi ou vaca entrar no brete. Os laçadores devem capturar o bovino pelas guampas com uma corda trançada em couro ( laço). O laço tem em uma ponta uma argola de metal e na outra uma presilha. O seu comprimento total deve ser de 12 braças (aproximadamente 18 a 20 metros). É chamada de armada a parte arremessada na cabeça do bovino e tem medidas que obedecem a categoria do laçador. Cada categoria é definida pela idade e/ou sexo. Numa mesma prova podem competir laçadores de categorias diferentes. A categoria adulta requer uma armada com medida de 8m (circunferência) começando da argola até uma marca feita no laço e mais 4 rodilhas de, no mínimo, 25cm de diâmetro. Mulheres (prendas), crianças (gurís ou piás) e idosos (veteranos ou vaqueanos) tem armadas com dimensões menores. Conforme estipulado, a prova pode ser de armada cerrada ou julgada. No primeiro caso só é considerada boa a laçada que entrar cerrada no brete do saca-laço. No segundo caso, uma comissão julgadora, manifesta-se no caso do bovino baixar a cabeça na hora do laço tocar as aspas, arbitrando uma repetição para o laçador; ou, quando em ponto de cerrar, o boi retira o laço da cabeça, assim, nesse caso, é considerado pelos juízes uma armada boa. Trata-se de uma competição de precisão e envolve duas fases: uma fase classificatória e uma fase final eliminatória (mata-mata) onde quem errar está fora da competição. Ganha o laçador que tiver 100% de aproveitamento na fase do mata-mata.

CURIOSIDADES DA COMPETIÇÃO:

  • Os concorrentes, quando gaúchos, deverão apresentar-se devidamente pilchados e, quando de outros estados, obedecer à indumentária de sua região ou do rodeio vigente.

  • Em crioulaços: Os laçadores somente poderão inscrever-se montando Cavalos Crioulos confirmados (reprodutores, éguas e cavalos castrados), sendo obrigatório a apresentação do registro ou cópia autenticada. Nas demais competições todas as raças equinas são aceitas.
  • O concorrente que perder o chapéu ou qualquer objeto de uso campeiro, como faca, lenço, etc. Perde a armada.
  • Vacaria tem o maior rodeio crioulo da américa latina, o Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria, ou simplesmente Rodeio de Vacaria, sonho de consumo de todo bom laçador e considerado "A Copa do Mundo do Laço", pelo nível de excelência dos competidores.
  • O órgão responsável pela regulamentação geralmente é o MTG, mas cada região possui o seu núcleo de coordenação, sendo que cada município deverá obedecer às normas de sua região, quando em rodeios municipais ou regionais. Em caso de competições a nível estadual ou nacional, o regulamento do MTG é padrão para todos.




Galdério de bombacha

me diga lá guria linda o que tu acha,
me diga lá guria linda o que tu acha
de botar na tua vida um gaudério de bombacha.
{bis}

tu não te assusta com meu jeito de troqueiro

sou bacudo da fronteira e faz pouco que vim de fora
ando estraviado e meio atoa por enquanto
mas guria te garanto sei como se namora.

numa bombeada eu já me agradei de ti

eu não sou nenhum guri, sei que tu gosta também
eu sei de tudo, dar a ti manhã povoeira
no cabo da vanera mostra o que o gaudério tem.

me diga lá guria linda o que tu acha,

me diga lá guria linda o que tu acha
de botar na tua vida um gaudério de bombacha.
{bis}

{2x}


lá onde eu moro a vida não tem segredo

me acordo muito cedo com a cantoria dos galos
fecho meu pito enquanto a chaleira chia
depois passo meu dia só lidando com cavalo.

nota que eu gosto é do tipo gauchão

mas onde tem ronco de cordeona já me agrado da cantiga
grudo na moça e vou dobrando o espinhaço
tomando conta do espaço, chaquaiando a moda antiga.

me diga lá guria linda o que tu acha,

me diga lá guria linda o que tu acha
de botar na tua vida um gaudério de bombacha.
{bis}

"é garotos de ouro. bota na tua vida, bota!"

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Abaralhando a barbela ( Nilton Ferreira )

"Bueno moçada, é fim de semana
O serviço em dia, vou ter que tentiar um surungo
Passei a semana inventando rima,
Pois me gusta abrir o peito de chegada
E por cantar a verdade
Ja tem até autoridade querendo meu pelego
Mas hoje.. haha.. lá no Bom Sussego
De novo eu vou abrir minha goela
Graças a Deus, sem tramela
E se não gostarem empino a canha num gole
Passo a faca no fole
Facilita, roubo uma donzela!"

Pronto os encargos, largo meu mouro de lida
Pego o tordilho tratado só pra fuzarca
Passo a semana no galpão quebrando milho
Mas quando sai, sai bombeano a maritaca

Corto caminho pelo campo dos Portela
Pego uma aguada, mas desvio na soitera
Gasto um dobrado tendo um pingo só pra farra
Mas cruzo a sanga sem sujar a barrigueira

Abaralhando a barbela, vai meu tordilho
Pisando miudo por galhardo qual o dono
Levo comigo lotes de versos campeiros
Um H.O. mola dupla e uma prateada coqueiro

Viro os pelegos por mania de sestroso
Pego meu trinta recheado, mais um baleiro
Ando com fama de maleva pela volta
Só por entrar a cavalo num destes bailes campeiros

Entro na sala e vou abrindo a garganta
Nisso me pisca a filha do dono da festa
Facilitando roubo a china e corto a gaita
E de novo vou m'embora com fama de quem não presta.

Enchendo a alma de vaneira ( João Luiz Corrêa )

Fim de semana dou uma alisada na estampa
Vejo a tarde que descampa
Como quem convida um taita
Pra um baile bueno daqueles da moda véia
Que o índio clareia a idéia
Ouvindo um toque de gaita

Meio de longe ouço da gaita um gemido
Num rancho de chão batido
Pra diante da encruzilhada
Entro na porta peço uma pro gaiteiro
E jogo o laço certeiro
Na china mais cobiçada

Encilho a noite numa bailanta cuida
Nos braços de uma crinuda
A mais linda do rincão
Me vou pra sala quando
Ronca a botonera
Encho a alma de vanera e de amor
No coração

Fim de semana dou uma alisada na estampa
Vejo a tarde que descampa
Como quem convida um taita
Pra um baile bueno daqueles da moda véia
Que o índio clareia a idéia
Ouvindo um toque de gaita

Não perco a vaza nem jogo conversa fora
Sei que qualquer china adora
Macho que sabe o que quer
Aparto a dedo qualquer uma não me agarra
E só amanheço na farra
Que tenha gaita e mulher

Anunciação ( Grupo Minuano )

Sai na janela prenda linda para ver
O cavaleiro que chegou no seu portão
Vem sorrado das estradas de poeira e de paixão
Morrendo de saudade dos teus olhos
Do teu beijo e do gosto do teu chimarrão

(A trote largo corto estradas pra te ver
No meu cavalo só pensando em ti querer
Ronda de tropa pastoreio anunciação
No meu cavalo repontando a solidão)

Pelos caminhos juntei flores pra te dar
E se teu pai me consentir a tua mão
Minha doce namorada gauchinha do rincão
Eu corro ao encontro dos teus olhos
Do teu beijo e do gosto do teu chimarrão

quinta-feira, 29 de março de 2012

O Gaucho e o Cavalo (Os Monarcas)

Me cansei de patacoadas
E fandango sem rodeios
Tardes de falsos campeiros
E montão contra o confreio

Chega de brutalidades
De rasgar cavalo ao meio
Porque cavalo e gaúcho
Desta pátria são esteio

Quem sou eu sem meu cavalo
O que será dele sem mim
Talvez dois seres perdidos
A vagar pelo capim

Quem sou eu sem meu cavalo
O que será dele sem mim
Porque quando morre um cavalo
Morre um pedaço de mim

Nunca se monta num potro
Sem antes amanuncia-lo
Parceiro a gente conquista
Não prende a força de piago

Tem que respeitar o amigo
Que nos serve de regalo
até nossa independeria
Foi feita sobre o cavalo

Quem sou eu sem meu cavalo
O que será dele sem mim
Talvez dois seres perdidos
A vagar pelo capim

Quem sou eu sem meu cavalo
O que será dele sem mim
Porque quando morre um cavalo
Morre um pedaço de mim

Um gaúcho sem cavalo
É um arreio sem estribo
É igual a um pajé solito
Sentindo a falta da tribo

É mutante sem destino
Que não acha lenitivo
É um ser sem ideal
Que não honra o chão nativo

Quem sou eu sem meu cavalo
O que será dele sem mim
Talvez dois seres perdidos
A vagar pelo capim

Quem sou eu sem meu cavalo
O que será dele sem mim
Porque quando morre um cavalo
Morre um pedaço de mim

Quem sou eu sem meu cavalo
O que será dele sem mim
Talvez dois seres perdidos
A vagar pelo capim

Quem sou eu sem meu cavalo
O que será dele sem mim
Porque quando morre um cavalo
Morre um pedaço de mim


Vaneira Pra Três Pandeiros

Venho de longe
Lá do garrão do pago
Louco pra fazer um estrago
Nas ancas da fandangueira

Chega bem loque
Pra dormir só nos pelegos
Eu preciso é de um achego
Da china cafundaneira

Pião de estância
Não tem tempo pra namoro
To igual um burro chôro
Quando vê uma parregueira

Já faz um tempo
Que eu não me atraco na dança
Vou queimar graça da pança
Nos cabo de uma vaneira

Chacoalha os quartos
Que eu tô de casco aparado
Tô botando pros dois lados
Tô encharcando o bacheiro
Revira o bucho
Dessa gaita bagaceira
E me toque uma vaneira
Daquela pra três pandeiros

E vô direto pro rancho
Da Brasilina
No bafo da Cangibrina
Me acerto com a missioneira

Bailando solto
Vou entretendo a guria
Falando com quicardia
Vou ajeitando a carreira

Agarro a china
Num abraço bem cuiúdo
Lá vou pisando miúdo
Pois a moça é dançadeira

É fim de baile
Gaiteiro deixa de manha
Já te paguei 12 canha
Então me toque outra vaneira