Manga Larga Marchador, cavalo escultural, tem uma pose que é de deixar o queixo caído...
Esse cavalo ta em base de R$40.000,00, é um cavalo com muita agilidade, porte para(baliza, tiro de laço, vaquejadas, etc...
UM SÉCULO DE MANGA LARGA MARCHADOR
Providência Itú
Em Tese de Doutorado feita pela Médica Veterinária Maria Dulcinéia da Costa constatou-se que o mais influente garanhão da raça até o ano de 2000 foi Providência Itú responsável por 5,89% dos genes presentes na raça. Em apenas 36 cavalos concentram-se mais de 50% dos genes da raça Mangalarga Marchador. Por curiosidade destes 36 cavalos 14 são da Linhagem Abaíba correspondendo a 20,41% dos genes da Raça até aquela data. Nós criadores da Linhagem Abaíba nos sentimos honrados de poder ter contribuído de tal forma para o desenvolvimento e evolução do Mangalarga Marchador até os dias atuais.
O mangalarga marchador é uma raça de cavalos cuja origem remonta à coudelaria Alter-Real, que chegou ao Brasil por meio de nobres da Côrte portuguesa e, após, cruzada com cavalos de lida, em sua maioria advindos da raças ibéricas (bérberes), que aqui chegaram na época da Colonização do Brasil.
Segundo a tradição, em 1812, Gabriel Francisco Junqueira (o barão de Alfenas) ganhou de D. João VI, um garanhão da raça Alter-Real e iniciou sua criação de cavalos cruzando este garanhão com as éguas comuns da Fazenda Campo Alegre, situada no Sul de Minas onde hoje é o município de Cruzília. Como resultado desse cruzamento, surgiu um novo tipo de cavalo que acreditamos foi denominado Sublime pelo seu andar macio.
Esses cavalos cômodos chamaram muito a atenção, e logo o proprietário da Fazenda Mangalarga trouxe alguns exemplares de Sublimes para seu uso em Paty do Alferes, próximo à Corte no Rio de Janeiro. Rapidamente tiveram suas qualidades notadas na sede do Império - principalmente o porte e o andamento - e foram apelidados de cavalos Mangalarga numa alusão à roupa de seus montadores.
Em 1934 foi fundada a ABCCRM, Associação Brasileira de Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga. Anteriormente, houve uma notável migração de parte da família Junqueira para São Paulo. Chegando em novo solo, com topografia diferente, cultura diferente, onde a caçada ao veado era diferente, os cavalos tiveram que se adaptar a uma nova topografia e necessidades tendo a necessidade de um cavalo de melhor galope mais resistente por isto foi mais valorizado a marcha trotada que tem apoios bipedal de dois tempos com tempo mínimo de suspensão que cumpria as novas exigências do animal sem perder a comodidade, pois os animais de tríplice apoio apesar de serem mais cômodos não conseguiam acompanhar o ritmo alucinante das caçadas e a lida com gado em campo aberto que eram as duas maiores funcionalidades do cavalo Mangalarga no estado de São Paulo. Tanto o Mangalarga Marchador como o Mangalarga ou Mangalarga Paulista, são duas raças genuinamente brasileiras. As duas foram desenvolvidas em Cruzília - MG.
Mangalarga paulista
Devido à inevitável diferença que estava surgindo entre os criadores de Mangalarga de São Paulo e de Minas, foi fundada em 1949 uma nova Associação, a ABCCMM. Esta Associação teve origem a partir de uma dissidência de criadores que não concordavam com os preceitos estabelecidos pela ABCCRM e teve como objetivo principal a manutenção da marcha tríplice apoiada.
O tempo passou e a ABCCMM é hoje a maior associação de equinos da América Latina, com mais de 250.000 animais registrados e mais de 20.000 sócios registrados, com cerca de três mil ativos. Durante o período de meados de 70 ao final da década de 1990 o Marchador teve uma ascensão astronômica no segmento da equinocultura, batendo recordes de animais expostos, registrados, e de preços em leilões oficiais.
Aparência geral
Porte médio, ágil, estrutura forte e bem proporcionada, expressão vigorosa e sadia, visualmente leve na aparência, pele fina e lisa, pelos finos, lisos e sedosos, temperamento ativo e dócil.
Altura
Para machos a ideal é de 1,52 m, admitindo-se para o registro definitivo a mínima de 1,47 m e a máxima de 1,57 m.
Para fêmeas a ideal é de 1,46 m, admitindo-se para o registro definitivo a mínima de 1,40 m e a máxima de 1,54 m.
Cabeça
Cabeça e pescoço padrão da raça.
Forma: triangular, bem delineada, média e harmoniosa, fronte larga e plana;
Perfil: retilíneo na fronte e de retilíneo a sub-côncavo no chanfro;
Olhos: afastados e expressivos, grandes, salientes, escuros e vivos, pálpebras finas e flexíveis;
Orelhas: médias, móveis, paralelas, bem implantadas, dirigidas para cima, de preferência com as pontas ligeiramente voltadas para dentro;
Garganta: larga e bem definida;
Boca: de abertura média, lábios finos, móveis e firmes;
Narinas: grandes, bem abertas e flexíveis;
Ganachas: afastadas e descarnadas.
Pescoço
De forma piramidal, leve em sua aparência geral, proporcional, oblíquo, de musculatura forte, apresentando equilíbrio e flexibilidade, com inserções harmoniosas, sendo a do tronco no terço superior do peito, admitindo-se, nos machos, ligeira convexidade na borda dorsal - como expressão de caráter sexual secundário - crinas ralas, finas e sedosas.
Tronco
Cernelha: bem definida, longa, proporcionando boa direção à borda dorsal do pescoço;
Peito : profundo, largo, musculoso e não saliente;
Costelas: longas, arqueadas, possibilitando boa amplitude torácica;
Dorso: de comprimento médio, reto, musculado, proporcional, harmoniosamente ligado à cernelha e ao lombo;
Lombo: curto, reto, proporcional, harmoniosamente ligado ao dorso e à garupa, coberto por forte massa muscular;
Ancas: simétricas, proporcionais e bem musculadas;
Garupa: longa, proporcional, musculosa, levemente inclinada, com a tuberosidade sacral pouco saliente e de altura não superior à da cernelha;
Cauda: de inserção média, bem implantada, sabugo curto, firme, dirigido para baixo, de preferência com a ponta ligeiramente voltada para cima quando o animal se movimenta. Cerdas finas, ralas e sedosas.
Membros anteriores
Morfologia do padrão da raça.
Espáduas: longas, largas, oblíquas, musculadas, bem implantadas, apresentando amplitude de movimentos;
Braços: longos, musculosos, bem articulados e oblíquos;
Antebraços: longos, musculosos, bem articulados, retos e verticais;
Joelhos: largos, bem articulados e na mesma vertical do antebraço;
Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;
Boletos: definidos e bem articulados;
Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;
Cascos: médios, sólidos, escuros ou claros e arredondados.
Aprumos: corretos.
Membros posteriores
Coxas: musculosas e bem inseridas;
Pernas: fortes, longas, bem articuladas e aprumadas;
Jarretes: descarnados, firmes, bem articulados e aprumados;
Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;
Boletos: definidos e bem articulados;
Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;
Cascos: médios, escuros e arredondados;
Aprumos: corretos.
Ação
Passo: andamento marchado, simétrico, de baixa velocidade, a quatro tempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por tempo de tríplice apoio.
Características ideais: regular, elástico, com ocorrência de sobrepegada; equilibrado, com avanço sempre em diagonal e tempos de apoio dos bípedes diagonais pouco maiores que laterais; suave movimento de báscula com o pescoço; boa flexibilidade de articulações.
Galope: andamento saltado, de velocidade média, assimétrico, a quatro tempos, cuja sequência de apoios se inicia com um posterior, seguido do bípede diagonal colateral e se completa com o anterior oposto.
Características ideais: regular, justo, com boa impulsão, equilibrado, com nítido tempo de suspensão, discreto movimento de báscula com o pescoço, boa flexibilidade de articulações.
Andamento
Tríplice Apoio
Marcha: andamento marchado, simétrico, a quatro tempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por momentos de tríplice apoio.
Características ideais: regular, elástico, com ocorrência de sobrepegada ou ultrapegada, equilibrado, com avanço sempre em diagonal e tempos de apoio dos bípedes diagonais maiores que laterais, movimento discreto de anteriores, descrevendo semicírculo visto de perfil, boa flexibilidade de articulações.
Expressão e caracterização
O que exprime e caracteriza a raça em sua cabeça, aparência geral e conformação.
Bibliografia
Garanhões Mangalarga Marchador 1997/1998, s/l.: s/e., 1998
Garanhões Mangalarga Marchador 2000/2001, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2001
Garanhões Mangalarga Marchador 2008, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2008
Grandes Fêmeas Mangalarga Marchador 1999/2000, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2000
Grandes Fêmeas Mangalarga Marchador 2003/2004, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2004
Grandes Fêmeas Mangalarga Marchador 2009, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2009
Larousse dos Cavalos, São Paulo, SP: Larousse do Brasil, 2006
Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador: A História do Cavalo Mangalarga Marchador, Rio de Janeiro, RJ: Editora Nova Fronteira, 1991
Lúcio Sérgio de Andrade: Criação e Adestramento de Cavalos Marchadores, Recife, PE: edição do autor, 1984
Lúcio Sérgio de Andrade: Mangalarga Marchador: A Difícil Trajetória de um "Cavalo sem Fronteiras", Contagem, MG: Editora Littera Maciel, 1992
C. G. Barbosa: Estudo Morfométrico na Raça Mangalarga Marchador: Uma Abordagem Multivariada, Belo Horizonte, MG: Escola de Veterinária da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, 1990
Sérgio de Lima Beck: O Mangalarga Marchador: Caracterização, História, Seleção Brasília, DF: edição dos autores, 1992
Rosaldo F. Bortoni: Mangalarga Marchador e os Outros Cavalos de Sela no Brasil, Uberaba, MG: Grupo Rotal, 1991
Ricardo Luís Casiuch: O Romance da Raça: Histórias do Cavalo Mangalarga Marchador, São Paulo, SP: Empresa das Artes, 1997
M. D. Costa: Caracterização Demográfica e Estrutura Genética da Raça Mangalarga Marchador, Belo Horizonte, MG: UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, 2002
M. C. G. R. Lage: Caracterização Morfométrica, dos Aprumos e do Padrão de Deslocamento de Eqüinos da Raça Mangalarga Marchador e suas Associações com a Qualidade da Marcha, Belo Horizonte, MG: Escola de Veterinária da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário