Percheron: Graciosidade e Vigor
O cavalo de tração mais popular do mundo conta com uma elegância surpreendente para uma raça tão pesada.
Os cavalos da raça Percheron, oriundos da França, são conhecidos por sua grande força associada a uma surpreendente elegância. Muito difundida nos Estados Unidos, a raça ganhou notoriedade por volta do século XIX, quando era responsável por quase todo o trabalho de tração em fazendas e na cidade. Com a modernização e mecanização mundial, a raça foi quase totalmente esquecida, voltando a ter prestígio por volta do ano de 1960. Desde então é utilizada em pequenas fazendas, como cavalo de tração, e para animar eventos e jogos, puxando charretes.
Histórico
Originário da região do nordeste da França, em Le Perche (províncias de Sarthe, Eure-et-Loir, Loir-et-Cher, L`Orne), o Percheron em sua formação recebeu misturas das raças Shire, Belga e Árabe. A elegância do Percheron, surpreendentemente numa raça tão pesada, fê-lo parecer mais um árabe exageradamente crescido, e certamente alguns de seus ancestrais eram árabes. Ele deriva de cavalos orientais e normandos, misturados há muitos séculos e posteriormente cruzados com raças pesadas de tração, aparentemente cruzados novamente com poucos árabes.
No século XVII, cavalos produzidos em Le Perche conseguiram difundir notoriedade e tinham grande demanda em diversas utilizações na França. O Percheron nesse tempo era provavelmente muito ativo. Por volta do século XIX, o governo francês estabeleceu uma criação em Le Pin para o desenvolvimento de exército montado. Em 1823, um cavalo com nome de Jean Le Blanc nasceu em Le Perche e a partir daí toda a linhagem de Percheron foi direcionada por esse cavalo.
Aprimorada e definida em padrão através dos tempos, a raça se espalhou pelo mundo, principalmente para o continente americano, onde é amplamente utilizada, geralmente em áreas de relevo acidentado. Animal de porte vigoroso e bom tamanho, é ao mesmo tempo dócil, manso e fácil de domar.
Na França, atualmente, existem quatro tipos de Percheron: Auge, Berry, Loire, Maine e Nivernais. Eles não são incluídos no Stud Book do Percheron e possuem os seus próprios em separado.
Na Grã-Bretanha, o Percheron tem sido criado visando à exclusão de toda a pelagem de suas patas e é muito usado para o cruzamento com o Puro Sangue Inglês para produzir o tipo perfeito de cavalo de caça de peso pesado.
Na América
Percherons foram exportados pela primeira vez para os Estados Unidos em 1839, por Edward Harris de New Jersey. Em 1851, dois garanhões – Normandy e Louis Napoleon – foram exportados para Ohio. Mais tarde, o garanhão Louis Napoleon foi parar nas mãos da família Dillon, em Illinois, onde virou instrumento para a formação da Associação do percheron. Em 1876, um grupo que criava Percheron se uniu em Chicago e formou a Norman-Percheron Association e o primeiro Stud Book da raça na América.
Centenas de Percherons foram exportados para América na segunda metade do século XIX. A chegada de Percherons nos Estados Unidos continuou até o início da Segunda Guerra Mundial. A raça se transformou no meio favorito de tração, tanto nas fazendas quanto nas cidades. O Percheron era tão popular que em 1930, um censo mostrou que havia três vezes mais registro de Percheron que outras raças juntas.
Com a Segunda Guerra Mundial, a invenção de modernos tratores fez com que a América se mecanizasse e modernizasse, esquecendo quase que totalmente o Percheron. Contudo, algumas fazendas se dedicaram à preservação da raça, mantendo-os nos 20 anos seguintes, época em que houve uma grande depressão na criação de cavalos.
Em 1960, aconteceu o renascimento da indústria do cavalo na América, que redescobriu a utilidade desses animais. Os Percherons voltaram nesse momento a desempenhar o papel de cavalo de tração nas pequenas fazendas, além de garantir espaço em eventos recreativos, puxando charretes.
No Brasil
O cavalo Percheron chegou ao Brasil no início do século, mais precisamente na década de 20, trazido pelo Exército Brasileiro, pela Cia. Matarazzo e a Companhia Cervejaria Antárctica. Esses cavalos eram usados para puxar as carroças de entrega dessas companhias na cidade de São Paulo.
O primeiro animal P.O. nascido no Brasil foi Cecy Baby de Irsul, de criação e propriedade do Ministério da Agricultura (Inspetoria Regional do Rio Grande do Sul, em Bagé), que foi registrado em 1938. Hoje o Stud Book conta com cerca de 700 animais inscritos entre Puros de Origem e mestiços.
Somente em 1936 foram registrados os primeiros animais no Stud Book Brasileiro da raça, que funciona até hoje em Pelotas – RS na Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares – e está aberto aos registros de animais Puros de Origem (P.O. e P.O.I.), Puros por Cruzamento Absorvente (P.A.), Mestiços (M.M.) e Éguas Bases (E.B.).
Atualmente existem poucos criadores de Percheron no Brasil. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e, principalmente Rio Grande do Sul são os que possuem maior concentração de cavalos dessa raça.
O pequeno interesse pelo cavalo Percheron, segundo a técnica Suzana R. Cintra, acontece porque no Brasil, o trator é considerado, muitas vezes, como um carro da propriedade ou ainda é um "status". O veículo é subtilizado, puxando carretas ou fazendo pequenos serviços de aração ou gradeamento, o que nesses casos os Percherons ou outro cavalo de tração fariam muito bem a custos bem menores.
Essa não é a mesma mentalidade dos Estados Unidos, onde em algumas propriedades o trabalho foi substituído (inverteu-se o processo que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial) pelo cavalo de tração, pois o custo/benefício da tração animal é uma economia estável e uma das soluções para a agricultura que sempre necessita de cortes nos custos de produção para se obter lucro.
Além disso, não existem no Brasil arreios próprios para essa função, sendo necessário encontrar alguém que faça sob medida ou "crie" equipamentos para ficarem parecidos com os usados no exterior.
Características
Os padrões zootécnicos da raça Percheron no Brasil estão restritos a algumas linhagens argentinas e muito pouco das francesas. Com o objetivo de diversificar e aprimorar o sangue Percheron, após anos sem importações, o Sr. Anis Razuk, com o apoio da técnica em São Paulo, Suzana R. Cintra, e do Presidente da Associação Francesa de Percherons, trouxe ao Brasil um garanhão de 1,76 m, pesando em torno de 900 kg e três éguas prenhes, com altura média de 1,71 m e peso de 750 kg, que desembarcaram no dia 13 de setembro de 1996.
Apesar de ser um animal pesado, sua aparência não é tão atarracada como a do Bretão, outro cavalo de tração criado no Brasil, pois sua estatura média é superior. Suas pernas são pouco mais curtas que a dos cavalos comuns e bem mais fortes. Ele divide com o Bretão a preferência dos pequenos e médios agricultores e é muito usado para puxar carroças e implementos agrícolas. Assim como a do Bretão, a criação destes cavalos é extremamente simples, já que são criados a campo, devido a sua rusticidade. Tanto nas baias como nos campos, os Percherons se alimentam de capim e a complementação se faz com sal mineral, podendo ser acrescida pequena quantidade de ração granulada.
A raça apresenta duas variedades:
Trait Percheron ou Percheron de Tiro Pesado. Os machos dessa variedade pesam de 900 a 1.000 kg, com altura da cernelha variando de 1,60 a 1,80 m e as fêmeas em média 700 kg e altura entre 1,50 e 1,60 m. O Trait Percheron é pouco difundido no Brasil, sendo criado em sua maior parte no Rio Grande do Sul e São Paulo.
Percheron Postier. Animal de menor peso e porte, não ultrapassa os 700 kg de média e altura de 1,60 m. Possui as mesmas características morfológicas e de pelagem que o Trait Percheron.
Um cavalo Percheron tem seu tempo de vida superior a das demais raças de carga, podendo atingir em média trinta anos, sendo reprodutor até os 23 anos.
este de cavalo era muito usado por nos na fazendo onde me criei usava pra puchar um carroçao e era 2 cavalos pecherao e o custo era quase nada usava alem de juntas de boi os cavalos pra arar e gradear a terra e se plantava bastante e na epoca da colheta era muito bom lidar com eles mas hoje modernisarao tudo deviao de ecentivar o pequeno agricultor a usar este tipo de meio pra pequenas propriedades o lucro seria cem por cento.
ResponderExcluirAdorei 👏👏👏
ResponderExcluirBom dia, me deparei com esse artigo, mas as fotos na maioria nao sao do Percheron e sim do Bretão, outra raça, também francesa, os animais alazões tostados e rosilhos são Bretões, os tordilhos sao percherons, so tem essa pelagem e a negra.. agradecemos se puderem excluir as fotos nao condizentes, abraços Susana Reinhardt tecnica e juiza das raças Bretão e Percheron no Brasil
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